Reflexões pastorais baseadas na bíblia e no cotidiano para sua edificação. Aprecie sem moderação.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
O milagre está em sua casa
Texto devocional da lição 9
O nome Eliseu significa "Deus é salvação". Auxiliar do profeta Elias, Eliseu era filho de Safate, de Abel-Meolá, no Vale do Jordão. Tinha como trabalho arar a terra com junta de bois. O jovem Eliseu foi convidado Pelo profeta Elias a segui-lo. O texto bíblico mostra que ele "se levantou, e seguiu a Elias, e o servia" (1 Rs 19.21). O primeiro ponto digno de nota na vida do profeta Eliseu foi a sua humildade e a disponibilidade em aprender com o profeta Elias. Na caminhada com Deus, saber ouvir e ter o compromisso de aprender com o outro é muito importante.
Na época de Eliseu não havia uma espécie de seminário teológico ou faculdade que tinha o objetivo de formar, embora houvesse escola de profetas, mas que nem de longe era parecida com as instituições modernas. Os profetas eram formados aos pés dos outros profetas. No dia a dia da caminhada, os profetas iam sendo formados, trabalhados e forjados diante de Deus e dos homens. Outro ponto digno de nota é que o ministério do profeta Eliseu é permeado por milagres. Segundo especialistas em Antigo Testamento, excetuando a pessoa de Jesus Cristo, ninguém na história sagrada registrou a quantidade de sinais e maravilhas como consta o registro na vida do profeta mediante o seu ministério. Ele sarou águas infectadas (2 Rs 2.19-22), fez brotar água no deserto (2 Rs 3.9,16-20), proveu a necessidade da viúva (2 Rs 4.1-7) e ressuscitou mortos (2 Rs 4.18-37), além de curar leprosos (2 Rs 5). Estes três últimos milagres antecipam o que o nosso Senhor faria em abundância em seu ministério terreno. A vida e a obra de Eliseu nos ensinam que Deus traz provisão no momento oportuno. O ministério do profeta mostra uma profusa quantidade de ações divinas em favor das pessoas que por intermédio dele eram abençoadas. Não podemos perder a dimensão da verdade bíblica de um Deus que provê. O que não significa abrir barganha com Ele. Nada disso. Resgatar a visão bíblica de que Deus intervém na circunstância de uma pessoa é urgente a fim de não cairmos no erro de uma religiosidade sem paixão, de uma ortodoxia morta e do gélido ceticismo. À luz da vida de Eliseu, somos convidados a andar com Deus em fidelidade e verdade. Amá-Lo de todo o nosso coração, alma e pensamento.
À medida que nos aproximamos mais de Deus por intermédio da oração e da leitura da Palavra, o Senhor se aproxima mais de nossas vidas. Por isso, busquemos ao Senhor, o reverenciemos enquanto há tempo.
Rute, Deus trabalha pela Familia
Texto Devocional da Lição 8
Rute era uma moabita que casou com dois homens judeus. O primeiro, que posteriormente faleceu, Malom, filho de Noemi (Rt 1.2). O segundo, Boaz, um parente do marido de Noemi (4.3). Na lei, mais especificamente em Deuteronômio 23.3,4, havia uma proibição expressa de os judeus aceitarem moabitas em sua comunidade: "Nenhum amonita ou moabita entrará na congregação do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do SENHOR, eternamente. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar". É possível que a geração de Noemi desconhecesse essa lei, pois se tratando do período dos juízes, uma característica dessa geração era desconhecer a Lei de Deus. Entretanto, a opção de Rute chama atenção de qualquer estudioso ou leitor do livro. Num contexto em que se achava sua sogra, um momento difícil sob o ponto de vista político e econômico, seria natural que Rute tomasse a mesma decisão que a da sua irmã, Orla.
Sem marido, sem herança e na pobreza, por que não voltar para sua terra natal e estabelecer uma nova família de dentro do seu povo original?! Mas Rute renunciou o seu próprio povo para ficar com outro estranho para ela. Isso significou trocar a cultura do seu povo pela do outro povo, deixar o deus da sua casa e reconhecer o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. O resultado da devoção de Rute a Deus e a sua consideração por Noemi, sua sogra, foi a providência de um remidor, Boaz, que a remiu e assumiu toda a responsabilidade marital com Rute. O que significava naquele tempo sobrevivência pessoal e da descendência da família. No Evangelho de Mateus, Rute, a moabita, é mencionada na genealogia de Jesus (1.5). É muito interessante, que além de Raabe, uma ex-prostituta ' de Jericó, apareça a moabita Rute oriunda de uma cultura pagã e idólatra. É a prova de que Cristo Jesus veio como o salvador de qualquer ser humano e que a sua graça é capaz de alcançar o mais vil pecador. A história de Rute nos mostra o quanto Deus guia os passos dos que desejam servi-Lo com verdade. Embora vivendo um contexto de escassez e fome, Deus trouxe provisão à necessidade de Rute.
A história dessa grande mulher nos estimula a vivermos uma vida de devoção sincera a Deus, sabendo que o Pai é grande o bastante para abençoar o esforço das nossas mãos e a sinceridade da nossa fé.
terça-feira, 8 de novembro de 2016
José: Fé em meio às injustiças - Texto devocional
José era o décimo primeiro filho de Jacó, e primeiro filho da mulher a qual seu pai mais amava: Raquel. Conhecendo o contexto da família em que José nasceu não é difícil compreender o porquê de o futuro maioral do Egito enfrentar tantas crises familiares. Além das crises internacionais, quando José era o maioral do Egito, ou antes, de chegar a ser uma autoridade respeitada na terra do rio Nilo, a crise doméstica do filho amado por Jacó revelava muito do seu caráter. Com José aprendemos que antes de Deus nos levar a enfrentar crises complexas, Ele nos instrui com as pequenas lutas familiares. No seio da família somos forjados para a luta e o encontro com a vida. A irmã de Raquel, Leia, já havia dado seis filhos e uma filha para Jacó. A relação entre Raquel e Leia era muito difícil, pois enquanto a irmã mais velha havia dado sete filhos a Jacó, Raquel era estéril e, consequentemente, não havia dado nenhum filho para seu amado marido. Não dar à luz na época dos patriarcas era motivo de vergonha e de humilhação. Certamente, a partir de cada encontro entre Raquel e Leia a dor de não ser mãe desaguava na mente e coração da amada de Jacó. Embora o tempo seja outro, qualquer mulher sente a dor incomensurável de quando deseja ser mãe e não consegue. A dor de Raquel é a dor de muitas mulheres do século XXI! O contexto de desentendimento e de dor entre Leia e Raquel alimentou o ódio dos filhos de Leia para com José, o filho de Raquel. O ódio regado dentro da própria casa quase foi finalizado com uma tragédia. Esta, porém, foi impedida pelo primogênito de Jacó, Rúben. Entretanto, a sua atitude de poupar José não foi suficiente para impedir seus irmãos de vendê-lo para uma caravana de compradores de escravos. A marca da trajetória do filho amado de Jacó é que mesmo em meio a tanto desprezo e desconsideração, José não permitiu que o seu coração fosse devorado pelo ódio. Humanamente, seria justo José devolver na mesma moeda quando teve a primeira oportunidade de. Fazê-lo. Mas não o fez. Preferiu compreender que tudo o que ocorreu era o Deus de seus pais preparando o caminho para conservar o seu família num contexto de fome e miséria mundial.
A vida de José nos ensina que devemos guardar o nosso coração do ódio, da vingança e da ação maligna. Saber gerenciar as crises com o olhar e a sabedoria de Jesus é o nosso grande desafio hoje. Sob os cuidados e a orientação do mestre divino isso é possível!
Texto extraído da revista Ensinador Cristão
ano 17 - No.68 - www.cpad.com.br
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
Esboço da Lição 5 - As Consequências das escolhas precipitadas
TEXTO ÁUREO:
“O
longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura”
Provérbios 14:29.
VERDADE PRÁTICA:
“Não
sejamos precipitados em nossas escolhas, pois a precipitação gera crises e erros irreparáveis”.
TEXTO BASE:
Gênesis 13:7-18.
INTRODUÇÃO
As Escrituras Sagradas dão testemunhos de
várias personagens bíblicas que fizeram más escolhas
e boas escolhas. As más escolhas geralmente foram tomadas num contexto
de precipitação ou extraordinária pressão. Nesta Aula, daremos maior
ênfase a dois personagens bíblicos: Abraão, que fez uma excelente
escolha e Ló, sobrinho de Abraão, que fez uma escolha
precipitada. Ló, em um gesto precipitado, tomou uma decisão que acabou
por gerar uma crise que causou consequências nefastas para sua família
(Gn 13:10-13). Uma escolha sem a direção de Deus pode trazer prejuízos
irreparáveis para si e para outrem. Portanto,
antes de tomar uma decisão
e fazer uma escolha devemos pedir a orientação de
Deus. Não devemos agir sem pensar e acima de tudo sem orar, pois
somente Deus conhece todas as coisas. Somente Ele sabe aquilo que é
melhor para todos nós.
I. O CUIDADO COM AS ESCOLHAS
Em nossa jornada somos desafiados a
decidir e fazer escolhas. É nesse momento que a vida de
uma pessoa será definida, para o progresso ou para a derrota. Todos os
dias, temos de tomar decisões pequenas ou grandes. A maior delas é a de
servir ao Senhor. Josué, no último momento como líder do povo de Israel,
conclama o povo a tomar uma decisão acertada
e pública; não havia lugar para indecisão, por isso foi tão enfático: “Escolhei
hoje a quem haveis de servir” (Js 24:15). A decisão tinha que ser “hoje”.
A Bíblia diz: “Hoje,
se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações” (Hb 4:7). Diante
de tantas influências que recebemos do mundo para o nosso viver, a nossa decisão deve ser tal qual a de Josué:
“Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.
Qual tem sido a decisão de vida para cada um de nós, pessoalmente, e
para a nossa família? Corajosa e resoluta como a de Josué? Não espere
ficar velho para tomar essa decisão, pois o Senhor virá como um ladrão,
ou seja, não hora em que nós não esperamos (1Ts
5:2; 2Pd 3:10).
1. A prosperidade de Abraão.
Deus abençoou Abraão com bênçãos materiais de forma abundante. Diz o texto sagrado que
“... a sua fazenda era muita...”
(Gn 13:6).
O segredo do sucesso de Abraão: comunhão plena com Deus. Quanto mais
Abraão mantinha comunhão com Deus mais próspero materialmente ele
ficava. A obediência à Palavra de Deus era o combustível que o levava a
uma vida abundante.
O Altar
era um marco sempre presente na vida de Abraão, em todos os caminhos de
suas peregrinações (Gn 12:7, 8; 13:4,18; 22:9). Era o local onde Abraão
adorava a DEUS. Era o lugar onde ofertava sacrifícios a DEUS. Ele
edificava seus altares em locais visíveis, diante
dos povos pagãos que moravam ao seu redor. Que testemunho! Os crentes,
que de contínuo vivem diante do Altar, dão testemunho de
"terem estado com Jesus”
(Atos 4:13).
Abraão viveu nas terras da promessa como um estrangeiro,
morando em tendas, pois esperava a Cidade que tem fundamentos, da qual o
artífice e construtor é DEUS (Hb 11:9,10). Abraão nunca se prendeu a
nenhum lugar da terra de suas peregrinações. Estava sempre em trânsito
(Gn 12:8). Deixando um lugar, ficavam apenas
as marcas de seu acampamento. Também nós, como crentes, somos
peregrinos e forasteiros nesta Terra (1Pe 2:11). Não temos aqui cidade
permanente, mas buscamos a futura (Hb 13:14). Estamos no mundo, mas não
somos do mundo (João 17:16, 18). Devemos sempre estar
prontos para partir.
Outra característica marcante na vida de Abraão:
conquanto fosse muito rico, não punha seu coração nas riquezas daqui.
Ele não ligava muito para isso. No dia que retornou da guerra contra os
quatro reis, o rei de Sodoma quis compensá-lo com riquezas materiais,
ele as rejeitou terminantemente (Gn 14:21-24).
Para Abraão, riquezas não dadas por Deus não tinha nenhum valor – “Levantei
minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra,
e juro que, desde um fio até à correia dum sapato, não tomarei coisa
alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão”
(Gn 14:22, 23). Muitos, hoje, dos que cristãos dizem ser, ao contrário
de Abraão, só pensam em bens materiais, querem enriquecer com campanhas,
sacrifícios, fogueiras santas etc. São pessoas que vivem como os
gentios, que têm as mesmas preocupações e propósitos
que os gentios e que, portanto, pertencem a este vasto grupo onde o
amor está esfriando pelo aumento da iniquidade e que, buscando a riqueza
material, não vê que se comporta como um pobre, desgraçado e nu (Ap
3:17). Vigiemos e não entremos nesta onda, que
nos levará para a perdição eterna!
2. Abraão fez a escolha certa.
Abraão teve um momento decisivo em sua vida. Quando ainda morava em Ur,
o Deus da glória lhe apareceu e lhe fez uma chamada que compreendia
três diferentes ordens:
“sai da tua terra", "sai da tua parentela”, e
“dirige-te à terra que eu te mostrar"
(Atos 7:2, 3). Abrão deveria decidir em obedecer ou desobedecer a Deus.
Como já disse na Aula 3, embora Deus seja soberano e livre para tomar
as Suas decisões, como, por exemplo, o fato de ter escolhido Abraão e
não outra pessoa das milhares que existiam no
mundo, vemos que Ele respeita, decididamente, a liberdade que deu ao
homem, de forma que, embora tenha escolhido Abraão, não o forçou a que
obedecesse ao Seu chamado, tendo Abraão decidido partir por sua livre e
espontânea vontade. Esta é a grande diferença
entre o filho de Deus e o filho do
diabo, pois o adversário escraviza o homem,
retira a sua liberdade, enquanto que Deus sempre respeita o
livre-arbítrio humano que, afinal de contas, é resultado da própria
criação divina. O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus e esta
imagem e semelhança comporta a liberdade, o poder de decisão,
como se vê claramente em Gênesis 2:16, 17.
Abraão foi desafiado a crer e obedecer,
embora não conhecesse todo o projeto que Deus tinha
para sua vida e, por conseguinte, para toda a humanidade. Abrsão fez a
escolha certa, resolveu obedecer ao chamado de Deus. Embora não tivesse
noção de para onde iria, decidiu confiar em Deus. Em nossa jornada
precisamos aprender a confiar em Deus e nos colocar
em sua total dependência. Só assim teremos escolhas decisivas que podem
nos proporcionar vida abundante.
3. Abraão desce ao Egito.
A fé tem sempre deslizes, até mesmo nos mais destacados homens de Deus.
Por causa de uma fome que atingiu a região, Abraão deixou o lugar que
Deus lhe indicara e desceu ao Egito, símbolo do mundo. Essa mudança
trouxe problemas a Abrão. Ao chegar no Egito foi
acometido de um medo obsessivo de que Faraó o matasse, capturando sua
formosa esposa Sara, e a levasse para seu harém. Com isso em mente,
Abrão convenceu Sara a mentir e dizer que era sua irmã. É verdade que
Sara era meia-irmã de Abraão (Gn 20:12), mas ainda
assim era
uma mentira com propósito de enganar. O artifício deu certo para Abraão
(que foi recompensado generosamente), mas não funcionou para Sara (que,
no fim, teve de se juntar ao harém de Faraó), nem mesmo para Faraó (ele
e toda a sua casa sofreram grandes pragas). Quando Faraó descobriu a
fraude, deu uma bronca no patriarca, o humilhou
publicamente e o expulsou em desonra (Gn 12:19, 20). Abraão voltou para
Canaã. Mas, juntamente com o retorno de Abrão do Egito [...] até Betel
(Gn 13:1-4), percebe-se a volta à comunhão com Deus.
“Retornar a Betel”
é o desejo latente de todos aqueles que se apartaram de Deus.
II. LÓ É ATRAÍDO POR AQUILO QUE VÊ
Ló, sobrinho de Abraão, é um exemplo
bíblico de escolha precipitada. Ele foi atraído por aquilo
que viu. Chamamos isso de concupiscência dos olhos. A concupiscência
dos olhos diz respeito àquelas tentações que apelam para os desejos
ambiciosos dos homens de obter e possuir. A concupiscência dos olhos nos
leva a colocarmos as "coisas materiais" na frente
do Senhor (Cl 3:15). Ao se separar de seu tio, ele escolheu um caminho
que a seus olhos parecia ser o melhor. Ele não perguntou a vontade de
Deus e não honrou Abraão, o chefe do clã, ao escolher primeiro as suas
terras. Ló foi precipitado e seduzido pelo seu olhar. Pagou um preço muito alto pela sua atitude precipitada.
1. Briga entre os pastores
de Abraão e Ló.
Ao chegar a Canaã os pastores de Ló e Abrão brigaram
por espaço para seus rebanhos. Apesar da deslealdade praticada por
Abrão no Egito, ainda assim o Senhor decidiu abençoá-lo naquele lugar;
Abrão e Ló prosperaram - possuindo servos, ovelhas e gado. A
multiplicação dos rebanhos de Abrão e Ló foi tão significativa
que eles chegaram à conclusão de que era impossível a coexistência nas
mesmas terras de pastagens. A prosperidade gerou uma crise entre
família, entre Abrão e seu sobrinho Ló, pois não havia mais espaço
suficiente para ambos no local onde viviam. Faltava água
e pastagem para tantos animais, e em pouco tempo, os pastores de Abrão e Ló
começaram a brigar. A contenda estava instalada na família, e era preciso tomar uma decisão.
2. A decisão de Abraão.
O patriarca logo tentou resolver a situação conflituosa. Ele não adiou o
problema, mas chamou seu sobrinho para uma solução pacífica –
“Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te
de mim...” (Gn 13:9).
Às vezes, pessoas da mesma família devem separar-se em prol da paz (ver
Atos 15:39; 1Co 7:10-16). A partir daquele instante cada um deveria
escolher o próprio caminho – “se
escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda”
(Gn 13:9). Com cortesia, bondade e altruísmo, Abraão ofereceu a Ló a
oportunidade de escolher em toda a terra onde desejava morar. Humilde, o
patriarca considerava os outros superiores a si mesmo (Fp 2:3).
Abraão renunciou à campina com o melhor
pasto, mas Deus entregou toda a terra de Canaã a Abraão
e seus descendentes para sempre. Além disso, o Senhor prometeu ao
patriarca uma descendência incontável. Após se mudar para Hebron, Abraão
levantou ali um altar ao Senhor; como de costume, construiu um altar
para o Senhor, mas nunca uma casa para si.
3. A escolha precipitada de
Ló. Abraão, em um gesto de bondade e mansidão, fez a seguinte proposta
ao sobrinho: "Não está toda a terra diante de ti? Eia,
pois, aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda"
(Gn 13:9). Ló escolheu morar nas pastagens verdejantes da campina do
Jordão, perto das cidades perversas de Sodoma e Gomorra – “E
levantou Ló os seus olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda
bem regada, antes de o SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como
o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar.
Então, Ló escolheu para si toda a campina do
Jordão e partiu Ló para o Oriente; e apartaram-se um do outro. Habitou
Abraão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da campina e armou as
suas tendas até Sodoma. Ora, eram maus os varões de Sodoma e grandes
pecadores contra o
SENHOR”
(Gn 13:10-13).
Ló foi seduzido pela aparência do lugar.
Escolhas precipitadas, feitas somente pela aparência,
podem causar muitos males. Apesar de crente verdadeiro (2Pd 2:7, 8), Ló
tinha um gostinho pelas coisas do mundo. Conforme alguém comentou,
“Ló ficou com grama para seus rebanhos, enquanto Abrão
ficou com graça para os seus filhos” (Gn 13:15, 16).
“Ora, eram maus os varões de Sodoma e grandes pecadores contra o SENHOR”
(Gn 13:13). O fato de os homens de Sodoma e Gomorra serem maus e
grandes pecadores contra o Senhor não influenciou a escolha de Ló. Foi
uma sequência de decisões. Observe os passos que o levaram a mergulhar
no mundanismo: Ló (por meio de seus pastores) experimentou
contenda (Gn 13:7); depois viu (Gn 13:10) e escolheu (Gn 13:11); foi
armando as suas tendas até Sodoma (Gn 13:12); passou a morar longe do
lugar onde residia o sacerdote de Deus (Gn 14:12) e; sentava-se junto à
entrada da cidade, lugar onde os grandes disputavam
o poder político (Gn 19:1). Aparentemente, na cosmovisão humana, materialista
e desviada de Deus, Ló tinha progredido na vida: ele se tornou um
oficial local em Sodoma. Mas, quando se olha com os olhos de Deus, vemos
que foi um péssimo negócio para Ló. De forma precipitada, fez a sua
escolha optando por aquilo que parecia ser melhor
aos seus olhos (Gn 13:10). Ele não buscou a Deus para tomar a decisão
que seria a mais importante para o seu futuro e da sua descendência.
A precipitação é um grande mal que deve
ser evitado sempre. Quando nos precipitamos não raciocinamos,
não prestamos atenção ao bom senso, não andamos por fé, mas apenas por
vista. Quem tem a mente de Cristo deve sempre manter os pés no chão,
pedir orientação a Deus e aguardar o calor dos acontecimentos passarem.
Fácil?! Não, não é uma tarefe fácil, mas sem
dúvida trata-se de uma atitude responsável e madura que leva em conta o
fator global da circunstância e não somente parte dela, nem prioriza o
fator emocional do acontecimento.
III. LÓ, UM CASO DE PROSPERIDADE E PERDAS
1. Ló e suas riquezas.
Não
era só Abraão que era rico em rebanhos, vacas e tendas. Seu sobrinho
Ló também tinha rebanhos numerosos (Gn 13:5, 6) – Mas, apesar da sua
prosperidade, Ló andava por vista e não por fé (Gn 13:7-13). No momento
mais decisivo de sua vida não consultou o Senhor para uma escolha
correta.
– Ló fez uma decisão pelo que viu, deixou-se levar pelas aparências.
Foi ganancioso e precipitado (Gn 13:10-12). Foi um pecado em série – “foi
armando as suas tendas até chegar a Sodoma”.
A ambição é sinônimo de cobiça,
e a cobiça é transgressão à Lei de Deus (vide Êx 20:17). A Palavra de
Deus nos diz que não devemos ambicionar “coisas altas” (Rm 12:16) –
“…não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às
humildes…”. A ambição sufoca a Palavra no coração, tornando-a infrutífera
(Mc 4:19).
– Ló foi egoísta.
Em nenhum momento ele pensou em seu tio. Só via a si mesmo. O egoísmo é
a exaltação do próprio eu, do ego. O apóstolo Paulo diz que o egoísmo é
uma característica dos homens dos últimos tempos (2Tm 3:1, 2).
– Ló não observou o lado negativo
de sua escolha
(Gn 13:13) – A Palavra de Deus nos alerta sobre os perigos de nosso
envolvimento com o mundo (Tg 4:4). Não se deixe enganar pela beleza das
coisas desse mundo passageiro. Não abra mão daquilo que é eterno!
2. A guerra dos reis.
A terra que Ló havia escolhido era boa, mas seus vizinhos não eram. Não
demorou muito e Ló teve que enfrentar uma grande crise, uma guerra. Diz o texto sagrado: (Gn 14:1-4; 11-14).
No
tempo de Abraão, a maioria das cidades possuía seus próprios reis, e
eram
comuns as guerras e rivalidades entre eles. Uma cidade conquistada
pagava imposto ao rei vitorioso. Cinco cidades, incluindo Sodoma, haviam
pago impostos a Quedorlaomer durante 12 anos (Gn 14:4). Quando as cinco
cidades fizeram uma aliança e se negaram a pagar
os impostos (Gn 14:4), Quedorlaomer reagiu rapidamente e reconquistou
todas elas. Ao derrotar Sodoma, foram capturados Ló, sua família e seus
pertences. Ló foi levado cativo e todos os seus bens e alimentos foram
tomados como espólio de guerra. Ele agora era
um prisioneiro e todos os seus bens foram perdidos. Decisões precipitadas podem
nos fazer viver tempos conturbados.
3. Abraão socorre Ló.
Ao ser avisado do desastre militar que haviam sofrido as cidades do
vale, Abraão armou seus 318 servos, conseguiu a ajuda de seus aliados
amorreus e perseguiu os invasores. Abraão arrisca sua vida e fortuna
para resgatar o seu sobrinho Ló, o qual foi sequestrado,
perdeu suas posses e estava enfrentando escravidão. Abraão poderia ter
se negado a ajudar Ló, pois ele mesmo tinha escolhido aquelas terras,
mas o amigo de Deus não tinha um coração rancoroso, vingativo. Abraão
recuperou os cativos e o despojo, mediante um
ataque de surpresa à noite. Tudo que pertencia a Ló foi recuperado (Gn 14:16).
Não obstante, o elemento mais importante foi a intervenção de Deus – “bendito
seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos” (Gn
14:20).
Nota-se que Abraão, o homem separado do
mundo, não era indiferente aos sofrimentos dos que
se encontravam ao seu derredor. Estava disposto a proteger seu indigno
sobrinho e os de Sodoma. Isto demonstra que os que mantêm uma vida
separada da pecaminosidade são os que atuam com mais prontidão e êxito
em favor de outros no momento de crise.
CONCLUSÃO
Devemos aprender com as Escrituras que
qualquer decisão importante que tomarmos não devemos
fazê-la debaixo de pressão ou precipitadamente. Não se esqueça de que o
Deus eterno tem todo o conhecimento e sabe o que é melhor para sua
vida. Por isso, não faça nada sem consultar o Senhor. Porém, só
consultar o Senhor e não confiar nele é inútil. Não confie
nas suas próprias forças. O nosso fracasso decorre de acharmos que
podemos conseguir por nós mesmos. Por isso, confie no Senhor e não nas
suas forças e possibilidades. Não subestime os inimigos. A nossa luta
não
é contra a carne e o sangue em todas as instâncias da vida, mas contra
os
principados e potestades e dominadores do mal. Em toda a estrutura da
sociedade há um poder maligno que opera e você precisa estar revestido
da armadura de Deus para vencer (ver Efésios 6:10-18).
BIBLIOGRAFIA:
Luciano de Paula Lourenço
Revista CPAD
Livro: O Deus de Toda Provisão – Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises | Elienai Cabral
| Páginas 52 a 63
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