sábado, 25 de fevereiro de 2012

A incapacidade de reconhecer os próprios erros - Baseado em Gn 34


O capítulo 34 de Gênesis nos dá uma mostra das complicadas relações familiares de Jacó e seus filhos. O episódio fala de dois escândalos terríveis que marcaram a todos. Diná, a única filha de Jacó, foi violentada pelo príncipe da cidade. Como essa situação chegou a esse ponto, não vamos nos ater neste momento.Mas no final, o rapaz acabou se apaixonandoi por Diná. De início, temos um escândalo envolvendo as familias, e uma aparente solução para o problema. O pai do rapaz se apresenta, e procura uma alternativa pacifica. O rapaz se casaria com a moça desonrada.

Jacó reúne sua familia (leia os homens), e começam a conversar sobre o assunto. Seus filhos ficam horrorizados com o acontecido. Mas, Simeão e Levi, propõe que os homens sejam circundados, para que possam se relacionar com a familia.  Acredito (o texto não fala) que Jacó ficou alegre com esta proposição. Pensou em seu coração: É, esses homens estão aprendendo que as coisas de Deus são sérias. Os homens aceitam, e nos diz o texto sagrado, que ao terceiro dia, quando as dores são as mais fortes, Simeão e Levi entram na cidade e matam todos ao fio da espada. Até mesmo o marido de Diná não é poupado. Quando foram reprendidos pelo pai, eles se justificaram.

É neste ponto que eu vou ficar. Todos os dias, pessoas erram, sabendo disto, e ainda assim não são capazes de reconhecer seus próprios erros. São desprovidos de auto crítica e bom senso. Os filhos de Jacó deram asas as fantasias mais cruéis motivados pelo ódio e rancor. E nem tiveram a hombridade de se desculpar com o pai, ao menos pelo efeito colateral deste ato desmedido de pura raiva.
Na vida cristã, precisamos aprender a exercitar a capacidade de avaliar e reconhecer os próprios erros. Somos orientados pela bíblia a agir desta forma. Sempre que participamos da santa ceia do Senhor, somos compelidos a realizar o auto exame. "examine-se pois o homem, e assim coma deste pão e beba deste cálice." O que nos atrapalha em nossa vida espiritual, não são as coisas novas, os novos problemas, mas sim coisas antigas que não foram resolvidas.

                Acredito que acima de tudo, existem três questões que mais atrapalham na hora de realizar esta auto avaliação. São elas: justificativas vazias (sem peso), autopiedade e orgulho. As justificativas vazias acabam por não justificar nada. Porque na realidade, as atitudes que tomamos é o que nos acarreta problemas e não os sentimentos que as provocaram. Às vezes as pessoas dizem: - Ah, eu tive raiva e por isso falei dessa forma!. Sentir raiva não é o problema e sim o que fazemos com esta raiva.

                Algumas pessoas tem o péssimo comportamento da autopiedade. Ficam com pena de si mesmo. E com isso, acham que podem fazer e falar o que quiser, afinal de contas, são coitados(a). Ainda estes dias passamos por uma situação assim. Levei meus filhos ao pronto socorro pois todos estavam com febre. Mas a minha filha mais velha estava um pouco pior. Quando a enfermeira nos atendeu, colocou minha filha na frente do atendimento ( porque ela estava visivelmente mal). Quando saímos do atendimento, minha esposa ouvir alguém dizer (ela nem olhou pra trás pra saber quem era), - agora só rico tem preferência, quem tinha a preferência era eu que sou pobre!. È um caso clássico de autopiedade. Fica com pena de si mesmo, porque se considera pobre.

Por último, o orgulho é um dos maiores obstáculos para se reconhecer os próprios erros. A bíblia condena veemente a pessoa que se entrega a soberba. A própria manifestação do orgulho cega o homem. E quem vive o desafio de matar o orgulho, sabe como é difícil destruir este monstro interno com cara de bêbê.

Que possamos exercitar a capacidade de reconhecer quando erramos e assim aprendermos a pedir perdão e perdoar, amar e sermos amados, e viver em paz uns com os outros.

Boa Semana!

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