quarta-feira, 24 de junho de 2015

Escrevendo em nós. by Vantuil Gonçalves

Aos mestres com carinho!
Certa feita quando aplicava uma prova, todos em silêncio resolviam as questões propostas. Faltando pouco mais de 10 minutos um aluno levantou o braço e pediu uma folha em branco.
Levei a folha até a carteira e perguntei por que queria mais uma folha.
Ele disse-me que havia respondido as questões, no entanto tinha rabiscado muita coisa. “Minha prova”, disse ele, “tá uma confusão danada e  queria começar tudo de novo”.
Apesar do pouco tempo, entreguei a folha, torcendo para que houvesse tempo hábil para recomeçar.
Conclusão: não houve tempo suficiente de passar tudo a limpo.
Assim recebi as duas provas, prometendo que leria ambas e aproveitaria as questões corretas da prova rabiscada.
Este fato me trouxe uma lição de vida. Ao nascermos somos uma “folha em branco” e durante nossa existência vão escrevendo em nossa “folha”. O psiquiatra C. G. Jung afirmou que “nascemos originais e nos tornamos cópias”. Vão escrevendo em nós e nos marcando pelo resto da vida. Não temos como fugir desta realidade.
Assim, o problema não é escrever, pois não podemos evitar. A questão é o que estão escrevendo. O que se escreve em nosso psiquê não se apaga!  
Só existe uma saída: é “levantar as mãos” e pedir outra “folha”. É escrever coisas novas, belas e construtivas para que os nossos “rabiscos” sejam eclipsados e novas mensagens sejam  assimiladas em nosso ser, integralmente.
Mesmo sabendo que aquilo que foi escrito não se apagará.

Vantuil Gonçalves

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