Certa feita quando aplicava uma prova, todos em silêncio resolviam as
questões propostas. Faltando pouco mais de 10 minutos um aluno levantou o braço
e pediu uma folha em branco.
Levei a folha até a carteira e perguntei por que queria mais uma folha.
Ele disse-me que havia respondido as questões, no entanto tinha
rabiscado muita coisa. “Minha prova”, disse ele, “tá uma confusão danada e queria começar tudo de novo”.
Apesar do pouco tempo, entreguei a folha, torcendo para que houvesse
tempo hábil para recomeçar.
Conclusão: não houve tempo suficiente de passar tudo a limpo.
Assim recebi as duas provas, prometendo que leria ambas e aproveitaria
as questões corretas da prova rabiscada.
Este fato me trouxe uma lição de vida. Ao nascermos somos uma “folha
em branco” e durante nossa existência vão escrevendo em nossa “folha”. O psiquiatra
C. G. Jung afirmou que “nascemos originais e nos tornamos cópias”. Vão
escrevendo em nós e nos marcando pelo resto da vida. Não temos como fugir desta
realidade.
Assim, o problema não é escrever, pois não podemos evitar. A questão é
o que estão escrevendo. O que se
escreve em nosso psiquê não se apaga!
Só existe uma saída: é “levantar as mãos” e pedir outra “folha”. É
escrever coisas novas, belas e construtivas para que os nossos “rabiscos” sejam
eclipsados e novas mensagens sejam assimiladas
em nosso ser, integralmente.
Mesmo sabendo que aquilo que foi escrito não se apagará.
Vantuil Gonçalves
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