terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Você acredita no pecado?

Aconteceu num aeroporto. Qual deles não sei. Mas nesse aeroporto havia um Serviço dos Correios e ali, segundo a notícia, vinte empregados desses serviços dedicavam-se a uma atividade ilegal, mas, para eles, bastante proveitosa. A sua atividade consistia em tirar das cartas e outra correspondência dinheiro e outras coisas de valor. Fizeram isto durante bastante tempo, mas as suspeitas começaram a surgir. Os funcionários superiores inteiraram-se do sucedido mas não podiam agir por falta de provas.
O problema era como descobrir os criminosos. Alguém teve uma idéia brilhante. Polvilharam alguma correspondência com nitrato de prata. Ora, esta substância química mancha os dedos. Sem saber, os homens continuaram com a sua atividade ilegal. E assim foram descobertos porque, logo em seguida, notaram-se os seus dedos manchados. Manchas intensas que não saíam nem com água nem com sabão. Desta maneira identificaram-se os delinqüentes, pois a pessoa que tinham mexido na correspondência tinham os dedos manchados. Não podendo negar a evidência, foram julgados e condenados.

O mal sempre deixa as suas manchas. Podem não ser manchas de nitrato de prata, ou de pó de carvão ou de tinta indelével. O que acontece é que o mal mancha não os dedos mas o caráter da pessoa, mancha a consciência, mancha o coração. A pessoa que vive mal e faz o mal poderá exibir durante algum tempo uma pele limpa e perfumada, olhos brilhantes e alegres, um sorriso feliz e atraente, mas lá no fundo do seu ser, uma mancha começa a formar-se e um dia essa mancha notar-se-á no rosto, na conversa, no olhar e até no tom da voz quando fala. Eis como opera o pecado. Vai-se formando no fundo da alma, um lodo fedorento como o lodo que se acumula no fundo dos charcos derivado à decomposição das matérias orgânicas. E em dada altura todo esse lodo vem à superfície, revela-se ...

Mas, pergunta-se, o que, na realidade, vem a ser o pecado? Como é que ele se define? Hoje em dia há uma tendência de minimizar o pecado, e até, em certos casos de negar a sua existência. Vejamos, por exemplo, o que aconteceu não há algum tempo atrás...

João e Maria riram-se muito. E, depois disseram: "Não sr., não vamos responder a estas perguntas." Todavia, depois, e sempre a rirem-se, escreveram no papel a palavra NÃO e, depois entregaram o papel ao entrevistador. João e Maria eram dois jovens, "recém-juntados", já que se não podia dizer "recém-casados", e pertencem a esse 96% de jovens casais, modernos que não aceitam, nem querem aceitar a definição bíblica da palavra "PECADO".

A Pesquisa estava a ser realizada por uma revista cristã, e a pergunta era: "Você crê no pecado tal como vem definido na Bíblia e pela igreja?". E 96% dos entrevistados, todos eles jovens, responderam que não. E, prezado leitor, estou convencido de que se a pesquisa tivesse sido feito em qualquer capital brasileira as respostas teriam sido quase idênticas, pois a maioria das pessoas, hoje em dia, já deixou de crer no pecado. A própria palavra "pecado" perdeu o seu poder, influência e significado e as pessoas, ao ouvirem menção do pecado, simplesmente encolhem os ombros e não dizem nada. A realidade do pecado nem sequer entra nas suas cabeças, não se sente nas suas vidas. Para elas é um assunto "tabu", inconveniente, incômodo...

Todavia, o pecado é um fato, e um fato ignorado não deixa, por isso, de ser um fato. É um fato porque a experiência humana prova-o. Todos os jornais e revistas dão as indicações de que é uma doença humana universal, pois o ódio, a concupiscência, a cobiça e o preconceito manifestam-se em milhares de modos diferentes, todos os dias. O próprio fato de termos polícia, cadeias e forças militares constitui indicação de que alguma coisa está positivamente errada na natureza humana. Na verdade, o homem é um paradoxo. De um lado encontramos nele a futilidade, a degradação e o pecado; do outro encontramos a bondade, a gentileza e o amor. Como disse Sêneca¹: "Os homens amam os seus vícios e, ao mesmo tempo, odeiam-nos...

Mas é na Bíblia, a Palavra de Deus, que descobrimos o que é, verdadeiramente, o pecado e como entrou na nossa raça. Ali aprendemos que o pecado é uma revolta contra Deus, o estabelecimento de uma independência falsa, a substituição de "uma vida para Deus" por "uma vida para si". Deus concedeu ao homem o dom da liberdade de escolha e este, ou seja Adão, o primeiro homem, escolheu o mal e rebelou-se contra Deus e tentou construir o seu mundo sem Deus. E esta tendência para o mal foi transmitida até nós pelos nossos primeiros pais, Adão e Eva. Mas não só isso, cada um de nós é pecador por decisão nossa. Quando chegamos à idade da responsabilidade e nos vemos diante da escolha entre o bem e o mal, todos preferimos de vez em quando ficar raivosos, dizer uma mentira ou agir egoisticamente. Como exemplo, podemos citar o caso de um adolescente de apenas 17 anos que matou à facada a própria mãe. Mais tarde na delegacia de polícia, afirmou: "Não sei porque fiz isso". Afirma um grande domador de leões: "Não há leão domesticado. Um leão pode ser bem comportado hoje e ferocíssimo amanhã". E nenhum de nós pode, realmente, confiar em seu coração. Dadas as circunstâncias favoráveis, a maioria de nós é capaz de cometer quase qualquer transgressão...

Sim, leitor, podemos apagar a palavra "pecado" do nosso dicionário, podemos encolher os ombros ao ouvi-la pronunciada. Podemos responder "NÃO" quando, numa pesquisa, nos perguntam se cremos nele, mas quer creiamos, quer não, o pecado existe. Está aí, faz parte do nosso corpo, está na nossa natureza, está no nosso destino. Não é negando a realidade de uma infecção que a vamos neutralizar. Uma infecção terá de ser atacada de imediato com os antibióticos mais poderosos. E não é negando a realidade do pecado que iremos ficar livres das suas conseqüências. Unicamente Jesus Cristo, o Filho de Deus, pode limpar perfeitamente o nosso ser interior. E isto Ele pode fazer porque a Sua morte na Cruz satisfez as justas exigências de Deus contra Quem pecamos de maneira que a Bíblia diz, e cito:

"Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

"O sangue de Jesus Cristo purifica-nos de todo o pecado". Eis a única solução para o problema do pecado, caro Leitor.


¹ Lucius Aneus Sêneca (4a.C. - 65d.C.) nasceu em Córdoba, na Espanha, no ano de 4 a.C. Conhecido como Sêneca o Jovem, era filho de Sêneca filho de Lúcio Aneu Sêneca o Velho, célebre orador. Devido a sua origem ilustre foi enviado a Roma para estudar oratória e filosofia.

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